segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Qual a Medida Dos Seus Sonhos?



Sonhar é bom. 

É necessário para se continuar vivendo com esperança. 
Contudo nossos sonhos devem ser plausíveis. 
Não devem ser além da medida que nos convém. 

Pois há sonhos que revelam um estado camuflado de ambição egoísta, onde tudo e todos tem 
que convergir para a satisfação dos nossos desejos autoritários e mimados.

Num tempo passado alguns homens sonharam em construir cidades e, numa delas, uma torre 
cuja altura atingisse as nuvens e que este feito tornasse "célebre o seu nome". 

Eles chegaram a construí-la, mas a torre foi destruída por causa da arrogância e prepotência. 

Os tempos passaram e a sociedade, com suas imposições de ter, adquirir,  desejar em ser o melhor, mais bem vestido, com a melhor casa, com o melhor carro... ou seja, a busca por um status cada vez maior, estar sempre em evidência, sempre mais e mais, que é este sonho primitivo de "tornar célebre o nosso nome". 

Esta é a sociedade dita  "moderna", aquele desejo de poucos que agigantou-se neste inconsciente coletivo, sem freios, sem limites. Onde meu vizinho, não é mais o meu "semelhante", porém, meu  "concorrente" por uma vida melhor. Onde meu colega (?) de trabalho, é meu rival por uma posição mais elevada na empresa. Tudo e todos são "concorrentes" e o topo acaba sendo para
poucos privilegiados ou agregados. 

Isto está muito evidenciado no "sonho americano": a liberdade - o homem livre. Livre para ir e vir, livre para comprar e vender, livre para SER o que quisesse ser - O SONHO DA LIBERDADE... representado por cidades (sempre cidades) como Nova York (a cidade do Glamour e das compras), Los Angeles (a cidade da liberdade sexual) e mais tarde Las Vegas (a união disso tudo). Seu maior expoente foi Hollywood com seus filmes épicos, os quais fizeram e fazem a "cabeça" de gerações e gerações pelo mundo afora, defendendo a liberdade de fumar, de transar, de trair, de adulterar - a geração do "sexo, drogas e Rock'in rol". 

Mas, em quê o tal "sonho americano" se tornou? O que esta "sociedade moderna" criou? Seres autossuficientes, todavia infantis com os sentimentos, seres cheios de bens e coisas, todavia insatisfeitos existencialmente, seres cheios de sonhos de grandeza todavia vazios de humanidade. 

O homem tem dentro de si uma capacidade estupenda de sonhar e construir. Ele efetivamente constrói e "progride", mas porque ainda se encontra tão longe do "elo perdido", do "santo graal"? 

Hoje, temos mais uma cidade expoente do falido "sonho americano": Dubai, nos Emirados Árabes. É o homem resistindo à sua sina. Sempre buscando construir um paraíso ilusório para si. 

O desejo do paraíso está dentro do homem, mas ele trocou o jardim, por construções de pedra. 

Trocou o que era sonho natural por fantasias artificiais. 

Sua essência um dia já habitou lá. 

Contudo, sua ambição desmedida e a soberba do olhar o fez inventar o sua própria criação. 

E até hoje foge de si mesmo querendo encontrar fora o que só pode existir dentro. 

Tudo que o ser intentar, sempre será rascunho mal feito do que é original. 

O que é divino no homem, nunca quis construir "cidades". 

O caminho sempre foi edificar "templos", pois cada um é uma sinagoga do Divino na Terra.

Sonhe, planeje e edifique, mas faça-o sabendo a natureza dos materiais e onde fica sua casa verdadeira. 

Porque tudo aqui é ilusão e passageiro.



G. de Araújo Lima

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A felicidade anda pela estrada da gratidão. O que se "escreve com as mãos" fala com a boca e se pensa com o coração. G. de Araújo Lima