sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O QUE FAZER QUANDO ESTAMOS NUM BECO SEM SAÍDA?

O conhecimento humano acumulado, toda a produção e conquistas que a humanidade alcançou até aqui, todo o crescimento da ciência e da tecnologia ainda não são capazes de resolver as questões mais básicas e intrínsecas do ser. 


Não resolvem as ansiedades, os anseios e desejos da alma, as insatisfações relacionais com o outro e com a vida, que muitas vezes levam a desistir de lutar. 

Não solucionam as frustrações e toda sorte de coisas intangíveis da existencialidade. 

Em certos contextos, temos todas as condições e oportunidades, mas temos dúvidas sobre qual delas seguir. 

Podemos ter a melhor relação, o melhor companheiro possível, mas ainda alguma coisa não nos satisfaz, temos todas as facilidades mas alguma coisa não se encaixa, alguma resposta discernível não nos sobrevém sobre qual faculdade se fazer, qual a área escolher, com qual pessoa me relacionar, qual decisão tomar entre várias opções. 

Bem, isto tudo é “chover no molhado”, quem não sabe e sofre com estas questões todos os dias debaixo do sol? - Alguém diria com toda a razão. Contudo, o que muitas vezes não nos damos conta é de que não precisamos ficar reféns dessas situações, desses entraves que nos atemorizam e nos paralisam. 

Não precisamos permanecer em estado de desespero e até de depressão ao se deparar com estas situações na vida. Não precisamos depender das respostas prontas, baseadas em outras experiências que às vezes não atendem ao nosso caso específico, pois cada um tem sua história, seu contexto, seus detalhes próprios, sua dor.

Em certo sentido, cada um de nós é só, na caminhada ao encontro das nossas próprias respostas.

Precisamos não ter o medo e a vergonha de subverter a lógica das nossas razões e nos entregarmos àquilo que pode nos libertar desse processo que por vezes nos furta a capacidade de reagir positivamente

É necessário dominar as vozes internas, fazê-las silenciar, acalmando assim os temores, bem como assim, distanciar-se das muitas vozes externas, como barulhos que não permitem ouvir o que vem de uma dimensão que está para além do que escutamos com nossos ouvidos físicos. 

É necessário ouvir, com o ser mais profundo, a voz silenciosa e serena do Ser maior, que está em nós e ao redor de nós

Há uma dimensão mais profunda em cada um, que nos transporta das camadas mais rasas e superficiais para as essências mais indizíveis e reais, às quais tem a capacidade de levar-nos a descansar no que é transcendente e absoluto. 

Experimente entregar-se a esta fonte interior, diante da qual as muitas vozes de dúvidas e medos começam a se aquietar e respeitar tal santuário interior. E assim, poderá deparar-se com o reino de paz interior, pois não é fora que se pode encontrá-lo para poder entrar no descanso.


Poderemos não encontrar as respostas imediatamente, a situação ao nosso redor poderá não transparecer mudanças significativas num primeiro momento, mas a alma encontrar-se-á no caminho mais sereno para aquilo de mais importante, ou seja, estar em paz consigo mesma, pois o reino divino que pacifica as nossas buscas por respostas, está dentro de cada um de nós.


G. de Araújo Lima

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A felicidade anda pela estrada da gratidão. O que se "escreve com as mãos" fala com a boca e se pensa com o coração. G. de Araújo Lima