Quem não quer ser amado?
O problema começa quando esta necessidade natural, faz com que as pessoas ao nosso redor comecem a ser sufocadas com a nossa necessidade de amor.
Impõe-se, consciente ou inconscientemente sobre elas, a obrigação de nos amar. Ora, ninguém é obrigado a nos amar. Simplesmente não seria amor, pois uma característica fundamental do amor é ser ele espontâneo, por ação livre daquele que ama.
Quando se é assim, não há amor que satisfaça. Não há esforço nem ações que sejam reconhecidas como tal. Pois a carência superdimensionada do ser é carregada de exigências, performances, formas, meios e detalhes cada vez mais difíceis de serem satisfeitos. Assim como ninguém é perfeito, não se ama de forma perfeita, apenas se ama.
O amor-obrigação, não sabe descansar no fato simples do amor. De que o outro o ama. Isto faz com que se esteja o tempo todo sujeito a uma espécie de "mendicância opressora" de que nos amem, a qualquer custo. A pessoa se faz de vítima sendo que seu parceiro e todos os demais são culpados por não amá-la.
É PRECISO LIBERTAR-SE DA NECESSIDADE EXTREMA DE SER AMADO.
Entender a aceitar o amor é não buscar "perfeições".
É não procurar "buracos" e falhas no amor do outro.
É estar pacificado na própria percepção do amor.
É aceitar o fato que uns irão amar-me e outros não.
É encarnar para mim mesmo que o Divino está dentro de mim e ao redor de mim e que Ele é amor.
É libertar o outro, e todos, do peso da obrigação de amar-me, pois quanto mais eu exijo, menos eu tenho, quanto mais eu peço mais eles fugirão de mim.
Quando assim eu entendo e faço, o caminho está livre para que eu ame e seja amado. Que eu ame no outro o perfeito amor fluindo pelo que é imperfeito. Que eu ame no outro a capacidade dele de, em sendo eu e ele o que somos, amar-me mesmo assim.
Quando o amor se torna obrigação de amar, aí já não há a possibilidade mínima de se ventilar amor.
No ato de aceitar o amor que o outro e todos me oferecem, eu curo a mim mesmo e passo a entender o que é a capacidade de amar também em mim.
Esta é a cura e libertação.
G. de Araújo Lima
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A felicidade anda pela estrada da gratidão. O que se "escreve com as mãos" fala com a boca e se pensa com o coração. G. de Araújo Lima