terça-feira, 1 de outubro de 2013

OUSE SURPREENDER-SE PELO DIVINO!

"Vivemos num tempo onde tudo ou quase tudo é programável para uma data no futuro. Estamos sempre elaborando "agendas", programando eventos, com o olhar continuamente voltado para o próximo passo, a próxima ação, o próximo acontecimento.

É bom, é necessário programarmos o amanhã, nos precavermos dos imprevistos e adiantarmos-nos ao que possa dar errado. Não é disto que estou falando. O que quero dizer é da extrema necessidade que, cada vez mais temos, de “controle”. 

De estarmos a par de tudo que acontece à nossa volta, do vício de sabermos todas as notícias, todas as fofocas do momento. Não podemos “estar por fora”. Esta atitude, pensamos, nos dá o domínio, nos dá controle sobre o que acontece e até sobre as pessoas que nos cercam,  pois tendo a informação, temos tudo.

O que não sabemos é que esta necessidade de controlar tudo e todos, não advém da nossa capacidade de sermos superiores, mas sim, da insegurança, da autoestima baixa e do medo. 

Insegurança em relação ao amanhã, do que vai acontecer e o medo do inesperado, do: e agora, o que vai ser?

Trazemos uma dificuldade intrínseca de acreditar, de descansar. Somos “do contra”. Questionamos, pisamos o pé e queremos que seja da nossa maneira.

Mas a vida não age da mesma forma, ela é diferente e lá na frente ela cobrará a conta do que deixamos de aplicar a nossa pré-ocupação ou a aplicamos na coisa ou da maneira erradas. 


Nosso chamado para e existência primeiro é para entregar e descansar só então é para ir e trabalhar, mas sempre dependendo Dele. 

Como fazemos tudo na contramão do fluxo divino, trabalhamos, para só então descansarmos.

O que devemos fazer então, nada? Não, não é isto. O que devemos fazer é confiar e esperar do Eterno enquanto estamos andando nesta superfície, enquanto vamos trabalhando na existência ao, mesmo tempo, deixando o coração pacificado...

Que possamos programar o que pode e deve ser programado, mas não nos esqueçamos daquilo que possa ser espontâneo, para não perdemos a essência do que seja natural, daquilo que nos surpreende, que nos excita a reconhecermos na existência a singularidade daquilo que é “novo”, do que não é esperado, daquilo que o Eterno faz quando quer, na hora que quer, sobre quem Ele quer. 

Não precisamos temer o amanhã. Basta a cada dia seu próprio mal, e Ele, em todos eles está conosco.



G. de Araújo Lima

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A felicidade anda pela estrada da gratidão. O que se "escreve com as mãos" fala com a boca e se pensa com o coração. G. de Araújo Lima