terça-feira, 15 de outubro de 2013

NECESSIDADE DE DISCERNIMOS VÍNCULOS

É interessante observar os vínculos que nos unem. 
A necessidade que temos de tê-los, de construí-los, mesmo que não o percebamos.


Há vínculos os quais independeram da nossa vontade. Já nascemos inseridos neles: com os pais, irmãos e demais familiares. 

Estes, de alguma forma, ficam para toda a vida. 

Há vínculos que os desejamos, que até fazemos força que aconteçam, mas que por algum motivo de força maior, podem acontecer ou não. 

Mas há aqueles que nos sobrevém, sem que esperássemos ou envidássemos grandes esforços para que assim se fizesse, e que talvez, sejam os vínculos mais interessantes, verdadeiros e necessários. 

Geralmente acontecem na sintonia de pensamentos ou de sentimentos, na simplicidade de gestos, ações e naquilo que costumamos chamar de “coincidência do destino”.

Caso continuemos pela vida a aprofundar vínculos com algum familiar, isto é bom e necessário para a alma saber-se plena, saber-se inserida num histórico de vida, saber-se não alheia e alienígena de sua própria raça.

Mas é no encontro inusitado com algum membro com outro roteiro de vida, de outro grupo, de outra “tribo”, e que nesse encontro ocorra sintonia de mentes e de almas é que nos sentimos pertencentes a um todo maior, ou seja, que somos partícipes da mesma essência de vida, das mesmas necessidades e feitos com a mesma constituição humana.

Quando se encontra "sintonias", sendo com gente de perto ou de longe, entendemos que sem estas percepções do que é essencial nas nossas naturezas não nos fazemos seres plenos.

É isto que nos diferencia de tudo o mais.

Não somos “coisas”.

Somos entes que precisam criar vínculos, seja com gente que se aceita como tal, seja com o que gostamos de fazer, seja, ainda, conosco mesmos.

Carregamos a necessidade de nos acharmos dentro de um todo maior, por isto nos associamos, nos reunimos, nos comunicamos.

Contudo, vínculos verdadeiros não se podem criar, eles acontecem, simplesmente são ou, contrariamente, não são. 

Pois dependem, para seu afloramento, de diversos fatores sobre os quais não podemos exercer controle.

A gente apenas percebe e segue e valoriza os vínculos que se fazem por si só, não menos movidos por algo maior. 

Os que se formam, é graça divina manifesta no chão da vida. 

E agradecidamente os seguimos e alimentamos. 

Se há encontro é sempre dádiva. Não depende de nós que ele aconteça, mas depende de nós exercermos sobre ele gratidão.

Isto é entender eternidade, viver o divino na existência humana que caminha na direção de entender a si mesma como parte de um universo, como parte de outras gentes, que nos envolve e nele mesmo nos movemos, respiramos e sonhamos.

G. de Araújo Lima

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A felicidade anda pela estrada da gratidão. O que se "escreve com as mãos" fala com a boca e se pensa com o coração. G. de Araújo Lima